Novos paradigmas da vida religiosa com foco na intercongregacionalidade


Diante da complexidade não restringir, mas ampliar o olhar… ter claro qual o desejo e tirar o que não serve mais, polir o que precisa e abrir-se às novidades, sabendo que o relacionamento é sempre um desafio, logo cabe a cada um ser pleno e autêntico, para melhor discernir com clareza e chegar a decisão mais acertada… foram expressões trabalhadas no no Juninter ocorrido nos dias 16 e 17 de junho de 2018 no Centro de Espiritualidade Madre Marcelina em Niterói, RJ, assessorado por André Onestini, com a presença da irmã Sandra representante da CRB.

Foi com este impulso que nós junioristas Alcantarinas participamos. O assessor nos levou a refletir sobre o que vem a ser a crise, quais os tipos de crises existentes, suas consequências, suas raízes e, por fim, que a crise na vida religiosa não está desassociada da crise vivida por toda a sociedade.

Num primeiro momento refletimos para sobre a crise. Entendemos que a crise pode ter duas vertentes: uma prejudicial e outra desafiadora.

A crise pode nos levar direto para o fundo do poço, ou ajudar-nos a ampliar os nossos horizontes. Tudo depende de como nós nos comportamos diante dela, quais as motivações internas, a base, o objetivo de vida, o sonho que cultivamos e a nossa busca pela autenticidade.

A crise pode ser evolutiva ou traumática (esperada ou inesperada), mas ambas produzem uma paralisação no primeiro momento e depois provoca a continuidade da vida para encontramos saídas em nosso interior, no não esgotamento e no ideal pessoal que nos dá forças para enfrentarmos as crises que virão.

Num segundo momento, qual o papel do religioso no nosso tempo? Qual a missão da Vida Religiosa hoje?

O primeiro passo encontrado foi exatamente buscar o reencantamento do próprio religioso pela vida consagrada, a busca pelo silêncio produtivo e o cuidado consigo mesmo, para depois ir ao encontro do outro, pois, se “Deus é o Deus da vida e você, não cuida da própria vida, então tudo o que fazes é em vão”.

O segundo passo passa pelo caminho dos três “S” que são a Síntese da vida religiosa, o Silêncio, a Solidez e a Solidariedade. Esses nos colocam diante da nossa fragilidade, nos dão liberdade e a capacidade de abrirmo-nos numa dimensão universal. São estes pontos que fecundam a vida consagrada e dão equilíbrio para os desafios propostos para o mundo atual.

O terceiro passo é entender que a primeira missão apostólica de todo religioso se inicia na própria fraternidade, pois a comunidade é uma plantinha que deve ser cuidada e contemplada diariamente.

Assim entende-se que o que devemos oferecer ao mundo hoje é sermos especialista em contemplação; pedagogos do infinito; ouvintes atentos do outro; criadores de pontes; sermos humanos autênticos; transparência do Mistério; amigos da vida; e viver bem a vida fraterna. E, por fim, ter claro que no centro de Deus está a humanidade frágil em busca de bem viver a consagração religiosa nos dias de hoje, tendo como base o diálogo intercongregacional.

Concluo pedindo que o Senhor nos conceda a graça da sabedoria, da ousadia e da autocrítica, a fim de sermos capazes de duvidar da nossa posição quando alguém nos criticar; do contrário, estaremos eternamente afundados na miopia. Precisamos de mudança. Ajuda-nos Senhor!

Ir. Jaiara Silva


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