A História da Fundação do Instituto Franciscano Alcantarino


 

Padre Vicente Gargiulo – Fundador das Franciscanas Alcantarinas

 

gargiuloVicente Gargiulo nasceu em Castellammare di Stabia, a 2 de agosto de 1834. A vida de Vicente Gargiulo, se desenvolve numa realidade marcada pela marginalização e pobreza. A semente da vocação foi cultivada e amadurecida no Seminário diocesano, onde se configurava a Cristo Bom Pastor, conforme o modelo de formação próprio do seu tempo. Em 19 de dezembro de 1857, aos 23 anos, pela imposição das mãos de Mons. Francisco Xavier Petagna, bispo de Castellammare di Stabia é ordenado sacerdote tornando-se epifania e transparência do “Vigilante Pastor” que dá a vida pelas suas ovelhas.

Dez anos depois foi nomeado pároco de uma das paróquias mais difíceis da cidade, a Paróquia do Espírito Santo, no bairro Fontana Grande, o mais antigo e populoso de Castellammare, oprimido por uma avalanche de males que se chama alcoolismo, prostituição, analfabetismo, exploração de menores, desocupação, falta de higiene… A primeira experiência pastoral de Pe. Vicente Gargiulo alimenta no seu coração o rosto da caridade de Cristo: em particular o amor preferencial pelos pobres para os quais volta a sua vigilância paterna e proteção. Levar todos os homens ao Evangelho: é a inspiração que orienta sua caridade pastoral vivida no dom de si como revelação do amor de Cristo ao seu rebanho.

A novidade do Espírito tornou-o capaz de “curvar-se sobre os pequenos, sobre os pecadores, sobre os marginalizados de todo tipo, segundo o modelo dado por Jesus” e de dar vida a uma série de iniciativas concretas, distinguindo-se a recuperar de forma cristã o contexto social do bairro. No ministério sacerdotal Pe. Vicente revelou-se um autêntico discípulo do Senhor; sentia-se feliz quando podia partilhar com os mais pobres seu pouco alimento.

Todos os dias visitava os doentes, os solitários, as ovelhas mais distantes do seu rebanho. A caridade lhe dava asas aos pés para chegar a todos. Foi um padre paupérrimo, sem nada de próprio e inimigo de qualquer privilégio. Pe. Vicente foi um homem livre, daquela liberdade que o permitia sentir a vida, a história, os problemas humanos, a consagração a Cristo com abertura e sentimento delicadamente franciscano.

Doente e provado no físico, morreu aos 22 de outubro de 1895, com 61 anos de idade, quase todos vividos a serviço da Igreja e das almas. Estava por isso, pronto para a recompensa.

 

:: O Encontro com Madre Inês – Fundadora das Franciscanas Alcantarinas

 

Na oração e no discernimento compreendeu que a sua obra deveria iniciar-se na Paróquia, mas diante de um programa de trabalho tão vasto, Pe. Vicente sentia que nãoines poderia realizá-la sozinho; colocou-se à procura de alguém que condividisse o desejo que tinha. A Providência estava preparando o encontro decisivo com Maria Luiza Russo, uma jovem que há algum tempo freqüentava a sua paróquia. Bastou um encontro de alto nível espiritual para que aqueles dois corações se colocassem em sintonia. A criatividade apostólica do sacerdote encontrou na experiência de uma irmã, aberta, sobretudo às necessidades do povo, o mais idôneo instrumento para a intuição que estava amadurecendo.

Com a sua ajuda, à qual rapidamente se uniu um pequeno grupo de jovens da paróquia, Pe. Vicente conseguiu abrir uma escola gratuita de alfabetização e de trabalhos para crianças pobres, com o objetivo de erradicar o fenômeno da prostituição e da ignorância, bem como a promoção integral da pessoa.

Em 1870, sem possuir nada e confiando unicamente na Divina Providência, este pequeno grupo, guiado pela Irmã Maria Inês da Imaculada (Maria Luiza Russo), iniciou a vida em comum, numa casa paupérrima na “Salita Ponte”, no coração do centro histórico de Castellammare. No final do mesmo ano, o grupo composto por 12 jovens, foi consagrado a Deus segundo a espiritualidade Franciscana e a reforma Alcantarina. Inicia-se, assim, a singular aventura da nascente comunidade Franciscana Alcantarina, ao ritmo de uma vida de Altíssima pobreza, de sacrifícios, de ininterrupta oração, de docilidade interior.

Desta primeira experiência pareceu urgente e necessário procurar a santificação e a salvação de tantas jovens, às quais eram vítimas da miséria ou ignorância levada a renunciar à própria dignidade por causa da degradação moral da sociedade daquele tempo. Assim, ao entregar-se à Providência “sem nada de próprio”, sem nem mesmo pensar ou preocupar-se com os meios mais indispensáveis para viver, delineava-se a fisionomia daquela pequena semente que jogada no seio da terra, vinha à luz com toda a sua vitalidade.

 

:: Madre Eugênia Catalano – Fundadora no Brasil

 

madreeugeniaMadre Eugênia Catallano, uma mulher baixinha, rosto sereno e sorridente, olhar luminoso e profundo que perscrutava com amor de discrição além das aparências e comunicava um não sei quê de sobrenatural. Era cativante no jeito de tratar as pessoas, sobretudo, chamava a atenção a doce firmeza com a qual acolhia, escutava e aconselhava as Irmãs. Para todas tinha uma palavra que penetrava suavemente no coração, aliviava os sofrimentos e enxugava as lágrimas. Ao seu olhar límpido, sereno, profundo não escapava nada; com doçura ajudava a considerar as falhas e a encontrar o caminho da virtude. Em Madre Eugênia se via uma Irmã de fé reta, esperança firme, caridade profunda.

A fé inabalável na Providência torna-a audaz a ponto de lançar-se em alto mar. No dia 30 de julho, de 1932, com 11 Irmãs muito jovens, chegaram ao Brasil aumentando assim, o horizonte apostólico da Congregação como pioneiras, que traziam à nova terra a mensagem Franciscana de “Paz e Bem!”

Permaneceu no Rio de Janeiro até 14 de março de 1947, ano em que foi novamente chamada à Itália para Capítulo Geral.

No dia 18 de outubro de 1960 apagou-se na terra para brilhar fúlgida no céu: “ Quando um justo deixa de brilhar na terra, um astro se acende no céu”.

“Prossigam no caminho da cruz a que se destinam, numa vida eternamente devotada ao sacrifício e à renúncia, em benefício da humanidade a que se dedicam com manifestações do mais veraz amor!”


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