Missão Franciscana na Semana Santa


 

Integradas ao projeto das “Missões Franciscanas” da Província da Imaculada, dos Frades Menores, Ir. Mara Patan (Instituto Pe. Leonardo Carrescia – Rio de Janeiro) e Ir. Ângela Maria Ferreira (Fraternidade Maria Estrela Polar – Salvador) atenderam ao chamado de ser “Igreja em Saída” e se juntaram aos outros 30 missionários (Religiosos, religiosas, jovens, casais) de diversos Estados da Região Sul e Sudeste, para a Missão Franciscana da Semana Santa em Cocal, BA.

Das 27 comunidades da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, diocese da Barra, Bahia, os missionários foram enviados em 10 comunidades aonde dificilmente o povo recebe a presença do sacerdote para celebrar a Semana Santa, devido as distancias da Matriz e a dificuldade das estradas. Irmã Mara foi para a comunidade “Santo André”, há 25 km da Paróquia e Ir. Ângela na comunidade das “Palmeiras” há 32 km da Sede, significando quase duas horas de distância. Em todas as comunidades fizemos uma programão única a partir das necessidades e urgências na formação e motivação na fé adormecida, respeitando a cultura e as diferenças dos lugares.

 

Entre visita às casas, bênçãos individuais, celebrações, caminhadas penitenciais, visita às escolas, vias-sacras, oração do terço, encontro com crianças, jovens, casais, lideranças e todas as celebrações do Tríduo Pascal, a experiência missionária permitiu que, mesmo em meio ao semiárido nordestino, o nosso coração missionário fosse irrigado por tanta gratidão, alegria, devoção e ternura de um povo que, em sua imensa simplicidade, soube partilhar o que eles possuem de melhor: o amor fraterno e o pão de cada dia.

CAMINHADAS PENITENCIAIS MARIANAS

VISITA ÀS ESCOLAS E ENCONTRO COM AS CRIANÇAS

ENCONTRO COM OS JOVENS

 

Além das celebrações comunitária ao longo do dias, os missionários tinham a missão de visitar todas as famílias do povoado. Na família se tinha a preocupação de ouvir os membros, rezar com e pela família, segundo a necessidade de cada uma, principalmente junto aos doentes e idosos. Cada missionário, na conclusão da visita, dava a bênção a todos e aspergia-os com a água benta, sacramental muito esperado e desejado por todos.

 

O Domingo de Ramos foi celebrado nas comunidades locais, com missa ou apenas a Celebração da Palavra, preparadas e animadas pelos missionários e missionárias enviados. Recordou-se a importância da Semana Santa e ressaltou a luta da comunidade local. As demais celebrações aconteceram nas comunidades locais.

 

Na Segunda-feira Santa, refletimos sobre a importância da Celebração Dominical da Palavra, uma vez que não há a possibilidade da Missa. O enfoque foi sobre a preparação da mesma e a necessidade da participação para alimentar a fé para a luta do dia a dia.

 

A terça-feira foi dedicada à importância do dízimo. Com uma dinâmica apropriada refletimos o Dízimo como experiência de fé e de amor, onde reconhecemos que tudo aquilo que possuímos (saúde, inteligência, talento, família, a vida), provém de um Deus bondoso, que distribui gratuitamente suas bênçãos a todos sem distinção (Gen.1,26-28), tonando-se, então, uma expressão de gratidão mediante a infinita bondade de Deus.

 

Na quarta-feira, foi realizada a procissão do encontro de Nossa Senhora das Dores, acompanhada pelas mulheres, e de Nosso Senhor dos Passos, acompanhado pelos homens. Ali meditamos sobre tantos encontros e desencontros que testemunhamos na vida de tantas pessoas que dali partiram para tentar uma vida melhor em São Paulo. A dor da saudade era expressa nos olhos rasos d’água de quem tinha um parente distante, ligando com o tema da CF/19 “Fraternidade e Políticas Públicas”. Ainda neste dia houve a celebração comunitária Penitencial. Momento muito participativo e de uma espiritualidade ímpar.

PROCISSÃO DO ENCONTRO

CELEBRAÇÃO PENITENCIAL

 

Na quinta-feira, abertura do Tríduo Pascal, a celebração de lava-pés foi outro momento marcante pra nós missionários, pois, ao imitar o gesto de Jesus, realizamos simbolicamente a razão última de nossa presença naquele lugar: servir e amar a exemplo do Cristo. Outro momento marcante neste dia foi a Adoração, acompanhando os momentos da agonia de Jesus. O silêncio meditativo a partir dos textos bíblicos invadiu o espaço celebrativo.

 

A sexta-feira Santa foi celebrada  com uns rituais muito próprio da cultura daquela região. Pela manhã eles têm costume de limpar e visitar o cemitério. Nós missionários nos inserimos nesta tradição e com eles visitamos o cemitério rezando as orações sugeridas pelo devocionário franciscano. Às 15 horas, a Adoração da Cruz. À noite, percorrendo todo o povoado, rezamos a Via-sacra encenada, nos servindo do texto da CF/19.

ADORAÇÃO DA CRUZ

VIA -SACRA

 

No sábado Santo, pela manhã, trocamos a Caminhada Penitencial Mariana que fizemos todos os dias, pelo Oficio de Nossa Senhora e a reflexão das 7 dores de Maria.

À noite a grande celebração da Vigília Pascal, com a bênção do fogo Novo e toda a liturgia própria da noite celebrando os Sinais de Ressurreição presente nas comunidades, sobretudo os sinais de Vida Nova suscitados em cada um a partir da presença dos missionários. Como sinal da alegria e da Comunhão Pascal, depois da celebração da Vigília, teve a noite cultural com comidas típicas, partilhadas pelas famílias e apresentações culturais. Um verdadeiro Ágape Pascal, a exemplo das primeiras comunidades Cristãs.

 

No Domingo da Páscoa, todos os missionários se reencontraram na Matriz para a celebração Pascal de encerramento da Semana Missionária. Antecedeu a celebração, o encontro com a presença da juventude de todas as comunidades da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, de Cocal, BA, Diocese da Barra.

 

Poder celebrar com aquele povo a Ressurreição de Jesus, nos deu a certeza de que o Reino de Deus se faz presente no meio de nós, que Deus escolheu um povo concreto para defender e que nos é possível encontrá-Lo no meio deles. Vimos vários sinais de ressurreição naquela gente. Enfim, vários sinais que a luz do Ressuscitado arde naquela terra em brasa. Com o coração de Ressuscitados, como os jovens de Emaús, depois de haverem feito experiencia da Ressurreição, voltamos para as nossas comunidades gritando: “Verdadeiramente Cristo Ressuscitou, aleluia”!!!!

 


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