“Touch Screen”: um simples toque
* Por Suellen Silva Simões
Em uma sociedade pós-moderna é comum surgirem, com frequência novas tecnologias e grande avanços. Na maioria das vezes nem conseguimos acompanhar tais inovações ocorridas com tamanha velocidade. Em um breve espaço de tempo o que era moda torna-se ultrapassado. A tecnologia “touch screen” é um destes avanços inovadores. E, de fato, do que se trata? Pois bem, trata-se de um display eletrônico visual sensível ao toque e dispensa o uso de periféricos. Utiliza-se aparelhos celulares, tablets, caixas eletrônicos e outras máquinas com um simples toque.
Diante desta realidade em que diversos aparelhos ganham a inovação da sensibilidade ao simples toque, não deveríamos também inovarmos??? Percebe-se que, ao decorrer do tempo perdemos a sensibilidade. Já não nos deixamos tocar e hesitamos tocar o outro. A aproximação nos parece um exagero e nos causa mal-estar. Enquanto usufruímos da tecnologia “touch screen” participando do progresso e inovação dos aparelhos sensíveis ao toque, corremos o risco de ficar cada dia mais insensíveis. E o que causa tamanha insensibilidade? A indiferença, o egoísmo, o medo e a autossuficiência. E esquecemos que a aproximação e a sensibilidade eram diferenciais em Cristo, o Homem-Deus que tocou o cego, o surdo-mudo, a sogra de Pedro, a filha de Jairo, a mulher hemorroissa e tantos outros trazendo-lhes a graça da cura.
Ainda hoje existem irmãos que querem e precisam ser tocados e há aqueles que anseiam em nos tocar para serem vistos, percebidos, amados. Assim recordamos Francisco que não se bastou ao toque, mas abraçou o leproso, aquele que para ele e para muitos outros seria repugnante.
Sejamos próximos e deixemo-nos tocar e sermos tocados, pois à medida que somos “touch screen”, ou seja, sensíveis ao toque de Deus, somos também repletos de sensibilidade para com o próximo e essa moda jamais será ultrapassada.
Postulante Franciscana Alcantarina
Formada em Letras