Segundo dia da Celebração do II Capítulo das Esteiras


O segundo dia iniciou com o olhar fixo naquele que é o Bem, o Sumo Bem, o Senhor Deus, fonte de misericórdia. Na Eucaristia dominical, fomos convidadas a louvar o Criador e a Criação, especialmente o dom da vida de Ir. Auxiliadora e a reconhecer a Sua ação misericordiosa na vida e no dia a dia de cada fraternidade e a ofertar o que temos de melhor. Na homilia, Fr. Vitório, a partir da Liturgia da Palavra, nos apresentou os três pilares da vida franciscana e que se celebra num Capítulo: 1º) Somos pessoas que oram (cfr. Ex 17,8-13); 2º) Pessoas que perfazem o caminho da Palavra (cfr. 2Tm 3,14 – 4,2) e 3º) Pessoas de fé (cfr. Lc 18,1-8).

Na reflexão, ainda na parte da manhã, demos continuidade ao tema “Misericórdia: amar como Deus ama”, sempre na visão franciscana da misericórdia. Afirmou Fr. Mazzuco que nós trabalhamos com as realidades humanas mais ignoradas da sociedade: as crianças e adolescentes, porque ainda não pertencem à base da produção do capital e os idosos, que já não mais produzem, são descartáveis, não servem mais. É uma missão decisiva e plena de misericórdia para a sociedade: fazer com que estas duas realidades sinta-se humanizadas e valorizadas pelo que são. Maria nos ajuda neste caminho, pois pôs-se a servir; foi a concretização maior do amor de Deus; aquela que foi desejada por Deus. Disse-nos que cada vez que colocamos em nós o desejo de Deus, nós fecundamos. Eis nossa grande missão.

À tarde, fomos convidadas a trabalhar em grupo. Fazendo ressonância de tudo o que ouvimos cada grupo definiu um propósito para viver a misericórdia na sua fraternidade. Dentre tantas propostas, uma muito importante e que abrange as demais é Abrir-se para acolher os gestos amorosos um dos outros e ir ao encontro da/o outra/o como Francisco foi ao encontro do leproso e o beijou. E, para aprofundar a necessidade deste ir encontro, Fr. Vitório nos relatou 3 tipos de beijos de Deus que manifestam a Sua misericórdia. O primeiro é o beijo que Deus nos dá pela criação – Deus está em todas as coisas; sua misericórdia se manifesta na sua obra criada. O segundo beijo ele nos dá através da sua ENCARNAÇÃO – pela encarnação Ele toma a forma humana – devolve para nós na Eucaristia; diviniza o humano e humaniza o divino. E o terceiro beijo ele nos dá através do SOPRO – soprou e enviou o seu Espírito sobre a vida. Concluiu dizendo que SAIR é fazer vibrar o coração de alguém. A aproximação é muito importante nos dias de hoje, pois as pessoas estão vazias de encontro. E, para a mística franciscana a afetividade e a espiritualidade não se separam; o que cura o vazio existencial das pessoas é a clínica do coração humano.

Tivemos a alegria de ouvir a saudação de Superiora Geral, sr. Ester Pinca que nos dirigiu palavras de encorajamento, de misericórdia e o abraço de todas as irmãs italianas que estavam em comunhão conosco, através de vídeo conferência

No final da tarde tivemos uma bela celebração de encerramento. Concluímos o nosso II Capítulo das Esteiras como iniciamos: aos pés do altar, na oração. Num primeiro momento da celebração vivemos um momento de reconciliação conosco, com Deus, com os irmãos através da confissão comunitária, motivadas pelo Evangelho do Bom Samaritano, uma vez que Fr. Vitório recebeu do papa Francisco a permissão e a ordem de dar a absolvição comunitária neste ano da misericórdia. Depois fomos convidadas a desmontar a nossa Tenda e ir, em procissão, comunidade por comunidade, com a esteira enrolada para o campo da missão, do mundo, das nossas fraternidades. Ir em PAZ proclamar a misericórdia; ir LIVRE para poder amar como Deus ama; ir FELIZ para testemunhar o nosso jeito franciscano Alcantarino de ser. Encerrando o momento celebrativo, recebendo a benção de Francisco, com o Tau que contém uma relíquia de Francisco. Emocionante o momento em que prestamos reverencia à relíquia. Uma profunda paz envolveu o ambiente e a certeza de que pela fé, tudo é possível.

Por fim, Ir. Virginia pronunciou as palavras de agradecimento a todas e todos que tornaram possível a realização do evento de um jeito tão fraterno, alegre, simples, profundo e orante. Cantando o hino do Instituto fizemos memória de Me. Eugênia Catalano, no dia da sua passagem para a casa do Pai; mulher de fé, de fibra e de espírito missionário que conduziu o grupo das primeiras doze que vieram ao Brasil.

Um agradecimento especial foi dado para a equipe de animação litúrgica e recreativa formada pelas junioristas e Ir. Marciene. Com muito entusiasmo e responsabilidade fizeram acontecer o encontro num ambiente “pra lá” de animado.

Não faltou a ALEGRIA FRANCISCANA em todos os momentos. Pela casa afora a felicidade do encontro tomou conta do Instituto Pe. Leonardo Carrescia.


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