Advento – Esperança


“O tempo do Advento nos dá o horizonte da esperança, uma esperança que não desilude, porque é fundada sobre a Palavra de Deus.” 

(Papa Francisco)

Miadvento-ppnhas queridas irmãs, com estas palavras do Papa Francisco, inicio esta reflexão sobre o tempo do advento, este tempo forte de renovar a esperança, a esperança num Deus que se dá todo inteiro, que desejou assumir a nossa natureza, “esvaziou-se a si mesmo, assumindo plenamente a forma de servo e tornando-se semelhante aos seres humanos” (Fl 2,7). Nosso Deus é o Deus da esperança, que espera no amor do seu povo, que faz aliança, que caminha junto, nosso Deus é um Deus-conosco. Como nos lembra o Papa Francisco, a esperança em Deus não desilude por que é fundada na sua palavra. E a palavra de Deus é repleta de esperança. Como vemos no livro do profeta Isaías, com seu anúncio de esperança alimenta a nossa espera ardente, pois o povo está cansado de esperar por dias melhores, por dias repletos de salvação de acordo com a promessa, “Destilai, ó céus, dessas alturas, e as nuvens chovam justiça; abra-se a terra, e produza a salvação, e ao mesmo tempo frutifique a justiça” (Is 45,8).

No Novo testamento a figura de João Batista nos coloca no verdadeiro espírito do Advento e nos exorta à vigilância, penitência e perseverança. “Porque na esperança fomos salvos.” (Rm 8,24). É o sinal da intervenção de Deus em favor de seu povo, que como precursor tem a missão de preparar os caminhos do Senhor. Como nos fala a sagrada Escritura: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus” ( Is 40,3). O Senhor é o Messias esperado que está para chegar na pequenez da nossa humanidade e na força da sua divindade escondida, m
as presente e atuante na fé e no Sim de uma mulher simples, capaz de acolher em seu ventre o salvador da humanidade. O mistério encontra espaço para se revelar em Maria de Nazaré, “porque para Deus nada é impossível” (Lc 1,37).

Neste advento, vivendo o ano da Misericórdia, coloquemos em Cristo toda a nossa esperança, sendo fiéis ao seu Projeto em nossa vida, assumindo seus sentimentos, esperando contra toda esperança, sem esquecer de que, como Cristo se encarnou e assumiu a nossa natureza da mesma forma nós devemos nos encarnar em Cristo e entrar nos seus sentimentos de misericórdia, compaixão, humildade, mansidão e paciência. Peçamos que Maria, a mãe da Misericórdia, passe à nossa frente e nos ajude a viver este tempo de advento, com abertura de coração e de alma.

Nosso querido Papa Emérito Bento XVI, nos diz exatamente isso, que no discipulado não existem meias palavras, não existe meia resposta, é preciso assumir o seguimento sabendo que isto significa tomar a cruz diariamente. “Fazendo-nos seus discípu
los na disponibilidade a suportar e perdoar e, seus imitadores na capacidade de amar
” (Papa Emérito Bento XVI).

Com a firme certeza de que um dia, tudo florescerá em nós quando Deus mesmo se revelar, então não haverá mais advento, será Natal. Deus terá nascido e se revelado definitivamente dentro de nosso coração, assim como canta o Profeta Isaias: “Levanta-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do SENHOR vai nascendo sobre ti” (Isaías 60,1).

A Palavra de Deus é realmente fecunda e não desilude, ao contrário, nos traz esperança. Por isso, neste advento, convido cada irmã a voltar seu coração e sua mente para esta Palavra, reavivar a esperança e confiar. “E terás confiança, porque haverá esperança, olharás em volta e repousarás seguro” (Jó 11,18). Deus está cuidando de nós, Ele conduz a nossa história, Ele nos chamou, ELE mesmo nos mostrará o que devemos fazer.

Cuidemos de seguir seus ensinamentos, de viver com fidelidade nosso chamado, não esquecendo o primeiro amor, não nos perdendo na rotina de nossa missão apostólica, mas fazendo de cada novo dia um novo ADVENTO, um advento de esperança, um sopro de vida nova na nossa Província, colocando em Deus nossa confiança, por que ELE cuida de nós; ELE é a razão da nossa esperança.

Façamos deste advento um momento forte nas nossas fraternidades para reavivar a comunhão fraterna e a misericórdia, não esquecendo que o perdão dos pecados é experiência de comunhão, o perdão que Deus nos oferece não é recebido apenas no nosso coração; é recebido também no seio da Igreja, porque nos devolve purificados para a comunidade eclesial. “A reconciliação com Deus aviva a comunhão, pois, a partir do amor de DEUS, o cristão aprende a amar” (Papa Francisco).

Sejamos comunicadoras e anunciadoras de esperança! Sejamos abertas a vontade de Deus e a escuta de sua Palavra, porque na Palavra de DEUS encontramos forças para vencer toda dificuldade, para caminhar com fidelidade na missão e para fazer da nossa vida Fraterna um lugar de comunhão, um lugar onde em comum-união se sonha, se projeta, se caminha, se constrói e se reconstrói, não esquecendo nunca que “o caráter distintivo das pobres filhas de São Pedro de Alcântara é a caridade fraterna” (V.G).
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Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia a boa nova, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Is 52,7). Sejamos testemunhas fiéis do amor de Deus, anunciadoras da esperança, da Paz e do Bem, anunciando a Paz, o perdão, a misericórdia, o bem, primeiro dentro de nossas comunidades, e depois, como fraternidade, sejamos testemunhas para o MUNDO.

Boa caminhada de ADVENTO.

Irmã Virginia Matias Homem – Superiora Provincial


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