JUNINTER – CRB Minas


Nos últimos dias 18 e 19 de março, aconteceu em Belo horizonte, o primeiro JUNINTER, encontro de junioristas de diversas congregações, organizado pela CRB Local. Uma ótima experiência de partilha nesta fase em que o Religioso(a) dá continuidade ao seu processo de formação.

Neste ano de 2017 viveremos mais momentos como estes e temos um tema que nos acompanhará nesta caminhada: “VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA EM UMA IGREJA EM SAÍDA.” E ouso aqui apresentá-lo com letras maiúsculas, a fim de expressar o desejo latente no coração do jovem religioso que vibra, que se arrisca, que deseja viver tal experiência para que esta não se limite apenas a discursos e encontros formativos. Nestes dias em especial tratamos do seguinte tema: FÉ E POLÍTICA, sob a assessoria de Frei Gilvander, religioso carmelita envolvido em causas sociais, envolvido na vida do povo. E como não sentir o c

oração vibrar ao ouvir e sentir tamanho amor e dedicação a causas populares? As causas que são tão nossas? Através de sua colaboração e de seu testemunho, percebemos, de fato, como se misturam Fé e Política, e que não percebemos porque não compreendemos o sentido real de cada termo.

No dia 19, participamos de uma roda de conversa com a vereadora do PSOL, Áurea Carolina, a mais votada de Belo Horizonte nas últimas eleições. Uma jovem, negra, com iniciação política nas ruas da cidade no movimento de hip hop e Dom Joaquim Mol, arcebispo auxiliar de Belo Horizonte. Numa conversa informal e repleta de questionamentos e respostas claras, podemos concluir que, para a bem vivência da democracia exige-se a mudança de postura também nas relações particulares, no cotidiano. Com isso se dará uma mudança ampla e significante. Um caminho coletivo que se inicia pessoalmente. Como os problemas sociais precisam ser enfrentados de forma polivalente, analisando critérios raciais, de gêneros e outros fatores que não são levados em consideração. E o cuidado essencial com a minoria, com os pequenos diante de uma sociedade cheia de egoísmo e preconceitos. Dom Joaquim ressaltou a importância da convicção no cenário político, que, onde não há, sonhos são assassinados, verdades são subtraídas. Quantos adentram este meio e se deixam vender, se deixam levar por uma onda de ganância e desequilíbrio? Diante disso, vimos uma representação da esperança expressa pelo testemunho da vida religiosa, que torna possível a junção harmônica de FÉ e POLÍTICA. Nas palavras do Santo Padre, o Papa Francisco, percebe-se a relação dos dois mundos com sua primorosa definição: “A vida cristã autêntica, que nunca é individualista, comporta sempre o profundo desejo de mudar o mundo. Deixá-lo melhor após a sua passagem.” Nos alertou dizendo: “Que a vida não seja vã! Que a vida não seja boba!” Atentos à pessoa de Jesus, nunca devemos separar os dois conceitos de FÉ e POLÍTICA pelo simples motivo de que o sentido de nossa existência encontra-se no outro e a alteridade, o ser completo diante do outro, sem a ideia de complementariedade, mas de reciprocidade.

Irmã Suellen Simões – Juniorista


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