800 anos de carisma Franciscano


logo800Jubileu dos 800 anos   do Carisma Franciscano  (2008)

e da Fundação da  Ordem Franciscana (2009)

 

 

Os anos de 2008 e 2009 serão para a Família Franciscana dois anos jubilares. Em 2008, festejamos o 8º Centenário do movimento franciscano, uma vez que, em 1208, Francisco recebeu os primeiros irmãos e, com eles, partiu em missão. Em 1209, este grupo teve sua Regra aprovada, portanto, em 2009, celebramos o reconhecimento e aprovação deste carisma na Igreja.

No mundo inteiro, a Família Franciscana faz da preparação destes jubileus um grande movimento de abertura ao Espírito que inspirou Francisco e Clara de Assis. Queremos celebrar o carisma como ação do Espírito e queremos que esta celebração extrapole a família e atinja toda a sociedade.

O jubileu é uma ocasião propícia para voltar ao essencial de nossa experiência humana, cristã e vocacional franciscana, recomeçando pelos nossos valores carismáticos.

Não é questão de comemorar uma figura, Francisco, Clara ou qualquer outro, mas chamar de novo à nossa memória a origem do carisma franciscano. Uma providencial hora para nutrir, mediante a oferta libertadora do Evangelho, o nosso mundo dividido, desigual e faminto de sentido, como fizeram no seu tempo Francisco e Clara de Assis, promovendo a reconciliação, a justiça e a paz.

Um “tempo forte” na caminhada de crescimento na vida evangélica e no seguimento de Jesus Cristo, na fidelidade criativa (cf.VC 37).

Por este evento, somos todos chamados à ação de graças pelo dom que Deus fez, a nós e a sua Igreja, por intercessão de Francisco e dos seus companheiros, a acolher a totalidade do Evangelho de Jesus Cristo para um novo viver.

A experiência de oito séculos nos ensina que, como Francisco, temos sempre que retomar de novo o nosso itinerário de penitência evangélica (a conversão); por em prática, com gestos concretos para encarnar com a vida, pessoal e comunitária de cada dia, qualquer coisa da novidade do Evangelho.

Só sobre o fundamento o Evangelho, a Boa Nova do Amor de Deus por nós e da comunhão com Ele, que a nós se oferece, se pode construir um edifício sólido, uma verdadeira comunidade em missão na Igreja e no mundo. Este momento de graça –  kairós – que vivemos no presente, nos coloca à prova, nos revelando a nossa fraqueza, mas nos convidando sobretudo a contar com o poder de Deus.

Há mais de um século nós, Franciscanas Alcantarinas, temos a graça de ser as herdeiras deste projeto, mas também o sério empenho de sermos duplamente (Franciscanas e Alcantarinas) as continuadoras. O jubileu que somos convidadas a celebrar atinge a todas nós: não podemos vivê-lo cada um por conta própria! Como revitalizar a nossa espiritualidade tão atual e tão desejada pelas pessoas do nosso tempo?

Creio que podemos revitalizar a nossa espiritualidade Franciscana assumindo a proposta de Frei Dorvalino Fassini que, no encontro conosco em 2007, evidenciou três aspectos:

 

 “A paixão evangélica em uma vida coerente e a “compaixão” para com os homens de nosso tempo, numa vida de condivisão”.

 

A paixão que nasce do chamado, da sedução divina, de um encontro vivo e vivificante com o Senhor que desconcerta e desestabiliza uma existência humana; que “vira de ponta cabeça” e muda a vida de uma criatura. Encontrar o Cristo significa colocar-se em um caminho de conversão.

 

 

A ousadia de arriscar no essencial… sem medo de perder tantas seguranças”

 

Se ousássemos confiar e nos entregarmos ao Senhor! A vida religiosa para continuar sua função na Igreja e no mundo deverá centrar-se uma vez mais no “Essencial”, deverá ousar estradas novas. Somos chamadas a sermos mais corajosas, mais ousadas, para nos tornarmos mais transparentes que “eficientes”, mais soltas, livres, mais disponíveis, mais criativas.

 

A criatividade de novas formas e mediações evangelicamente significativas e dialogais”

 

O nosso estilo de vida, o nosso modo de ser e de agir deve evocar, às pessoas de nosso tempo, a beleza da vida evangélica, o Reino já presente em nosso meio. Isso só acontecerá se, momento a momento, seguindo as mudanças históricas, “inventarmos” outros sinais mais indicativos e mais significativos para a nossa história. Trata-se de arriscar pelo Reino. Como já disse um pensador: “Quem ama, cria. Quem não tem nada a perder, porque doou a sua vida ao Senhor e aos irmãos, sabe adaptar ou criar com coragem novas estruturas, novas mediações vitais. Pode mudar aquele que é estável interiormente”.


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