Fórum Econômico Mundial
“É intolerável que milhares de pessoas morram diariamente de fome, apesar das grandes quantidades de alimentos disponíveis e, muitas vezes, simplesmente desperdiçados”.
Papa Francisco a Davos.
Neste início de ano foi realizada a 44ª reunião do FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL na cidade suíça de Davos, de 22 a 25 de janeiro. Participam dele lideranças políticas e empresariais de todo o mundo com o intuito de discutir a situação econômica mundial atual e estabelecer políticas econômicas internacionais; um dos temas de destaque neste ano foi a “inclusão da juventude”. Atualmente existem processos econômicos excludentes e milhões de pessoas não são “incluídas” nos benefícios e conquistas mundiais. Mudanças são necessárias!
O Papa Francisco não participou do Fórum, mas se fez presente com uma equipe liderada pelo cardeal Peter Tukson, presidente do Pontifício Conselho de Justiça e Paz do Vaticano que leu uma mensagem do Papa ao presidente do Fórum, Klaus Schwab. Trago aqui o texto de Mauro PIANTA, publicado Mauro PIANTA publicado no site Vatican Insider (HTTP://bit.ly/1mp48Su). Após a frase acima citada, o texto afirma o seguinte:
“o Pontífice recorda que “não podem deixar de nos impressionar os inumeráveis refugiados que, buscando condições de vida com um mínimo de dignidade, não só não conseguem encontrar hospitalidade, mas que muitas vezes morrem tragicamente enquanto se deslocam de um lugar para outro”. Por isso Francisco destaca com ênfase a necessidade de “um renovado, profundo e amplo sentido de responsabilidade por parte de todos”, além de “mecanismos e processos com vistas a uma melhor distribuição da riqueza, criação de fontes de emprego e promoção integral do pobre, que vai além de uma simples mentalidade assistencial”.
O Papa insiste em que “o crescimento da igualdade requer algo mais que o crescimento econômico, embora o pressuponha. Tal crescimento requer, em primeiro lugar, ‘uma visão transcendente da pessoa’ (Bento XVI, Caritas in Veritate, 11), porque ‘sem a perspectiva de uma vida eterna, o progresso humano neste mundo fica sem fôlego”. Por isso, “uma abertura tal ao transcendente pode dar forma a uma nova mentalidade política e econômica, capaz de reconduzir toda a atividade econômica e financeira dentro de um enfoque ético que seja verdadeiramente humano.”Citando sua encíclica Evangelii Gaudium, Francisco recorda que “‘A vocação de um empresário é uma nobre tarefa, desde que se deixe interpelar por um sentido mais amplo da vida’ (Evangelii Gaudium, 203). Deste modo, os homens e as mulheres podem servir mais eficazmente ao bem comum e fazer com que os bens do mundo sejam mais acessíveis para todos”. Ao concluir a mensagem, Francisco pediu aos empresários que se esforcem “para que a humanidade se sirva da riqueza e não seja governada por ela’.”
A Doutrina Social da Igreja entende que o ser humano busca o progresso e a evolução dos sistemas e processos econômicos. Porém, defende que é primordial estabelecer sistemas e processos que não sejam excludentes nem discriminatórios e que se busquem soluções para os problemas que afligem os milhões de empobrecidos no mundo atual, para que todos tenham vida digna, como foi desejo de Jesus Cristo. Aprofunde o tema, lendo a “exortação apostólica” Evangelli Gaudium (A alegria do Evangelho) do Papa Francisco, especialmente o segundo capítulo onde ele escreve sobre a “crise do compromisso comunitário” e fala de alguns desafios atuais (não a uma economia da exclusão; não à nova idolatria do dinheiro; não a um dinheiro que governa ao invés de servir; não à desigualdade social que gera violência); nos capítulos seguintes, o Papa fala do “anúncio do Evangelho” e da “dimensão social da evangelização”, onde reforça a proposta do amor fraterno com base de todas as relações econômicas e sociais.
Missionário Claretiano
33 anos de VRC e 26 anos de sacerdócio
Formado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma
Vice-provincial e
Prefeito de Apostolado dos Missionários Claretianos Brasil-Moçambique
Assessor da CRB/SP e CRB/PR