Corpus Christi – Festa do amor e da fé
“Quanto mais a alma é cheia de fé, tanto mais abundante e glorioso é o bem que dela deriva.” (V. Gargiulo)
Com estas palavras nosso fundador nos mostra que a FÉ nos transforma em pessoas que emanam o bem, capazes de transmitir vida e alegria. Nossa fé aumenta na medida em que fazemos da Eucaristia nosso alimento espiritual. Na Eucaristia se encontra toda nossa força e esperança. Diariamente nos alimentamos do pão Eucarístico, mas nem sempre somos fiéis a este alimento e nem sempre fazemos dele nossa fonte de energia para realizar o bem. Por isso nosso fundador nos exorta a fazer deste alimento sagrado nossa fonte de amor.
Quando, em nossas comunidades participamos diariamente da Celebração do sacrifício Eucarístico, cada uma de nós faz a consagração total de sua vida, ou seja, a torna sagrada cada dia, tornando evidente na sua vida e de sua comunidade o amor terno e incondicional de Deus. Nos Atos dos Apóstolos vemos esta consagração diária dos que seguiam a Jesus e na partilha do pão fortaleciam a vivência fraterna. “Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão, e às orações” (At 2, 42).
Maria, nossa Mãe Especialíssima, também nos ensina que o amor a Jesus Eucarístico nos transforma e nos fortalece na missão. Pois através da Eucaristia trazemos Jesus todo inteiro em nosso coração. Assim como Maria o trazia em seu ventre e, sobretudo em sua alma. “Ponhamo-nos, sobretudo à escuta de Maria Santíssima, porque n’Ela, como em mais ninguém, o mistério eucarístico aparece como o mistério da luz. Olhan
do-A, conhecemos a força transformadora que possui a Eucaristia.” (Carta Encíclica – Eucaristia – João Paulo II)
Jesus Cristo todos os dias se desdobra para estar conosco, na Eucaristia diariamente Ele se dá a todos da mesma forma, ou seja, INTEIRO. Quando, a exemplo de Jesus, sabemos nos desdobrar no amor e no serviço, nos fazemos irmãos, Jesus se desdobra no irmão que sofre que tem medo, que se alegra e, fortalece aquele que está a serviço dos que sofrem. E, da mesma forma, nos chama a este serviço gratuito onde todos os dias ofertamos nossa vida a serviço do Reino.
A Eucaristia é a expressão máxima da graça de Deus. Quando Jesus toma o pão e o quebra, entregando aos discípulos (Cf Lc 22,19). Ele resume nesta frase e neste gesto toda sua vida. “Este é o meu corpo
repartido, doado para que vocês tenham vida plena”. (Cf Jo 10,10).
Somos todos membros do mesmo Corpo que é a Igreja, da qual Cristo é a Cabeça. O funcionamento adequado, saudável, de cada parte é essencial à saúde geral do corpo. Nenhuma parte é insignificante, irrelevante ou dispensável. “Pois assim como em um corpo temos muitos membros, e todos os membros não têm a mesma função, assim também nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e cada membro está ligado a todos os outros…” (Rm 12,4-5). Além da fome material o homem traz consigo outra fome, uma fome que não pode ser saciada com alimento comum. É a fome de vida, fome de amor, fome de eternidade. O sinal do maná, como toda experiência do Êxodo, é o exemplo de uma comida que sacia a fome mais profunda que existe no homem. Jesus nos dá este alimento, assim, é Ele mesmo o Pão Vivo que dá vida ao mundo. Não é um simples alimento com o qual sacia nossos corpos, como o maná. O Corpo de Cristo é o pão que dá a VIDA e vida eterna, porque a essência deste pão é o Amor.
A fração do pão, ou seja, a participação no mistério Eucarístico, deve ser a fonte onde a comunidade busca forças para viver a missão e manter-se na caminhada em direção ao ideal cristão que é a comunhão.
Finalizo esta reflexão com as sábias palavras do nosso querido Papa Francisco. A partir destas palavras entendemos o quanto é importante colocar no Cristo Eucarístico o alicerce da nossa vida, por que é Ele nossa fonte de VIDA e de amor.
“Na Eucaristia se comunica o amor do Senhor por nós, um amor tão grande que nos nutre e fortalece; um amor gratuito, sempre à disposição de todos os famintos e necessitados de restaurar as próprias forças. Viver a experiência da fé significa deixar-se alimentar pelo Senhor e construir a própria existência não sobre bens materiais, mas sobre o que não é perecível, ou seja, os preciosos dons de Deus, sua Palavra e seu Corpo.”
(Papa Francisco).
Feliz e santa Solenidade de Corpus Christi
Fraternalmente,
Irmã Virginia Matias Homem – Superiora Provincial